Outubro continua azul mas já cheira a outono. Felizmente choveu um pouco e o país queimado conseguiu voltar a respirar. Pouco a pouco, continuar... como sempre. Apesar das mortes horríveis, apesar da politiquice barata. As pessoas erguem-se e renascem. Assim têm de ser feitos os dias. A procurar com atenção e a (tentar) encontrar "descanso" e felicidade nas pequenas coisas. Como na leitura deste livro que agora me fascina. "O Pianista de Hotel", de Rodrigo Guedes de Carvalho que é sábio nas palavras, forte e frágil. (...) ainda se arrepiam ao pensar que aqueles dois foram casados, e serem casados significa que se conheceram, se apaixonaram, se amaram nus, indiferentes ao mundo, viram televisão de mãos dadas, andaram dias inteiros de pijama pela casa, com a chuva lá fora e eles contentes a comer torradas, e num qualquer dia, houve pelo menos um dia em que juraram amor eterno. Ou esta outra passagem de tristeza: Um dia, o pai e a...
o sonho é o que temos de realmente nosso (Fernando Pessoa)