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A mostrar mensagens de 2019

no Outono...

Os dias são mais pequenos.  Ao contrário dos planos. Fiz-me de novo à (minha) rota ribeirinha.  Sempre uma descoberta e um estado de espírito bom. No cais, há chegadas e partidas.  Há diversidade e pessoas.  Percebo que a época baixa ainda está por vir.  Seria bom que não se fizesse sentir.  Não muito.  Há tantos encantos por descobrir!    O calor permanece e isso parece não ser tão bom. Mas favorece as saídas e as atividades.  Há muita energia jovem e gente a fazer coisas. Onde a cidade encontra o Arade, o Outono vai-se acomodando.  Devagar.  Antes que a chuva chegue, ando a respirar o rio, o mar e a cidade.  Intensamente.                                                                                         

there's always something left to love...

Queria escrever sobre tantas coisas: as partidas e as chegadas, os recomeços e os pontos finais, as rotinas e os imprevistos, os pensamentos bons e os lunares, os momentos de desânimo e os de força renovada... T anto acontece todos os dias e há sempre algo para refletir, viver e desejar. Agosto passou quente e azul, mas comprido, porque trabalhámos os três e o Duarte ficou em casa.   Mesmo assim ainda aproveitámos o mar, o sol e a luz bonita deste céu inigualável.    Vieram os dias de setembro, já mais pequenos e com o regresso deles à Escola e à Universidade. Agora ouvimos falar de gente que não se importa, de outra gente que parece envolver-se demais e já (quase) não conhecemos ninguém sem posições extremadas.  Sei que educamos os nossos filhos para o bem e envolvemo-nos com princípios e causas, mas não nos arrebatamos demasiado em conceitos.  Acreditamos mais em ações.  E também em ponderação, "sense and sensibility". Agradecemos o amor, sempre o amor,

a poeira dos dias...

O tempo avança imparável, as marés dos dias sucedem-se, ora cheias ora vazias, repetem-se alegrias e tristezas (algumas difíceis de suportar), tentamos perceber o sentido da (nossa) vida, damos algum sentido a outras vidas... e permanece a questão: pode alguém ser quem, não é?

Braga: encantadora, acolhedora e viva

Depois de Tomar rumámos a Braga.  Tinha de ser.  Há vários anos que não subíamos para lá do Porto. Braga pareceu-nos uma cidade grande mas acolhedora.  Pelo menos foi a ideia com que ficámos na única vez que lá pernoitámos, há uns 12 anos. Revisitar o norte para uma pessoa do sul é sempre descobrir aquilo que nos distingue.  O dia estava bom e logo que chegámos, por volta da hora do almoço, fomos à  Brasileira .  Na esplanada, percebemos de imediato que estávamos numa cidade moderna e cosmopolita.  Pessoas bem vestidas, aprumadas e arrumadas à maneira do norte.  Uma maneira que é diferente disto de se ser "mouro" :) Percebemos também logo a diversidade de idades, coloridos e sotaques. Entretanto, o  Vila Galé Collection Braga  estava à nossa espera.  Fomos conhecer esta unidade hoteleira, instalada no antigo H ospital de São Marcos, um imóvel de interesse público, datado de 1508 e edificado no local onde existia uma ermida dedicada a São Marcos, uma albergari

"Há por aqui segredos que o tempo não desvendará nunca."

Este ano escolhemos julho para as férias maiores.   O Duarte já não vai para nenhum ATL (normalmente fecham 15 dias em agosto) e, por isso, já é possível ter férias no mês anterior à confusão maior e aos preços impossíveis. Decidimos ir para fora cá dentro e dar a conhecer ao Duarte alguns locais onde já tinhamos estado com a Inês, há mais de 10 anos.  Revisitar é um verbo que gostamos de conjugar. Como o principal destino era Braga e a deslocação de Portimão até aquela cidade é demorada, pensámos - também a bem do Duarte e, por conseguinte, dos nossos ouvidos - pernoitar numa terra (a meio caminho) da qual guardamos boas recordações: Tomar. No fim de semana seguinte à Festa dos Tabuleiros, chegámos à cidade templária.    Atravessada pelo rio Nabão tem, no jardim próximo do Hotel dos Templários, um dos pontos de atração.  Tivemos a sorte de estar a decorrer uma pequena demonstração de alguns dos saberes de cavaleiros da Ordem.  Miúdos e graúdos a conviver, gente jovem d

o que fica do que passa...

A maior sorte que tenho tido diz respeito às pessoas que passam na minha vida. Na realidade, quanto mais pessoas conheço maior é o meu enriquecimento e melhor é o meu mundo de aprendizagens. Conhecer gente diversa tem feito cair por terra os meus preconceitos (apesar de saber que ainda tenho alguns). Se há coisa de que vou sendo capaz (quanto ao meu próprio conhecimento) é a confirmação de que nascemos (e crescemos) para viver juntos.  Que todos somos um e que a diferença está nas nossas cabeças. As questões culturais e educacionais desencadeiam os (nossos) enviesamentos inconscientes.   Mas viver é aprender que o outro somos nós.  Crescer é interiorizar que quem passa por nós e vale a pena, deixa saudade mas permanece.  Não importa a raça, a cor, a orientação sexual, a religião, nem o clube a que pertence.  Não importa o sítio onde nasceu, a escola onde andou, ou a rua em que brincou... As vidas são o que vamos fazendo delas e não há muitos determinismos, já que quase tud

à beira do Arade...

Tanta coisa aconteceu em abril.  A Inês fez anos. E também o Duarte.  Celebrações que  aparecem sempre com a primavera.  A chuva regressou e ainda bem.  O calor também teve tempo de se mostrar. Os dias voltaram a ser maiores.  Como os planos. E os desejos. Voltámos a amesendar-nos mesmo ali: "by the river".  Concluí o livro do Pedro Rolo Duarte e, em alguns momentos, deixei de respirar.  Somos tão frágeis. O Duarte tocou piano e começou a cantar "Vois sur ton chemin".  Também já se vai tornando rebelde... " só um pouco",  diz ele. Por falar em rebeldia... a Inês.  Tudo normal, próprio da idade.  Mas surpreendente, por vezes.  À sua maneira.  Nem sempre nos deixa tranquilos, mas segue.  Agora "beirã", (quase) independente.  E a viver semanas académicas.  A frase (preferida) dela para mim: "Já sei o que me vais dizer!" Senti- como sempre desde que tenho este emprego- o peso de trabalhar intensamente e com processos

fragmentos da banda sonora da vida...

Os dias têm sido feitos de emoções contraditórias. O trabalho com pessoas em situações difíceis... que fazemos por ajudar. Os filhos a alterarem os seus paradigmas.  E nós forçados a mudar os nossos. O regresso do frio e a falta de sol.  O tempo que passa e não dá tréguas.  As pequenas aflições do quotidiano. Aqueles momentos de sentidos (e sentimentos) imensamente despertos.   Os instantes, às vezes dolorosos, que não vêm até nós por acaso. Depois, também há coisas (aparentemente) sem importância que nos reconciliam com a vida. Uma boa conversa. Um copo de vinho ao final da tarde.  Ir para a cama sem despertador.  A aula de zumba.  Rirmos sem sentido aparente.  O aroma do chá acabado de fazer. Uma música que apetece cantar. Uma declaração de amor.  Andar (ainda) de mão dada na rua. Um verdadeiro e prolongado abraço.  Nestes dias, esta podia ser parte da lista dos meus desejos:   Agirmos como se fôssemos todos uma grande família em que não se compete pela sobrevivên

Nobre é o povo...

A convite da Ana C. Lopes fui ao Museu na sexta-feira à noite assistir a VIDEO LUCEM - Heróis do Mar, apresentação de um filme de 1949 cujo som se perdeu... Agora a sonoplastia foi sabiamente encontrada, dita e cantada pela actriz Flávia Gusmão e pela sonoplasta Madalena Manzoni Palmeirim com a participação de mais de 80 portimonenses, incluindo pessoas do teatro e da música. Muito interessante ver tanta gente envolvida num projeto que recorda dores antigas... a partida para a pesca do bacalhau é "apenas" uma dessas dores. Também aqui se pode perceber as portas que abril abriu. Foram duas horas em que, a cada cena, me senti interpelada e, por vezes, emocionada. A cultura também tem o dever de "provocar" e de "sair da caixa". Em Portimão e arredores há cada vez mais oferta cultural e, muitas vezes, com custos reduzidos. Só é preciso é estarmos atentos e sairmos de casa. Como aconteceu também no sábado à noite, com o concerto pela Orquestra C