Apesar das ruínas e da morte, Onde sempre acabou cada ilusão, A força dos meus sonhos é tão forte, Que de tudo renasce a exaltação E nunca as minhas mãos ficam vazias. Abril quase podia resumir-se assim, através da poesia de Sophia. Abril foi um mês duro, com ruínas e morte. Em abril reaprendemos nos sentidos e na pele, palavras como silêncio, recolhimento, dor, saudade, distância, confinamento. E vírus. Todos os dias a palavra vírus. Mas também reaprendemos liberdade, solidariedade, força, união, amor. Chegados aqui, reaprendemos a acreditar com renascida exaltação. Oxalá as nossas mãos não fiquem vazias de esperança e de futuro. Oxalá as palavras não se gastem. Oxalá continuemos a exprimir-nos na língua que é o nosso ponto de encontro, lugar onde nos acertamos. E que nos oferece também a palavra coragem. O que nos une nestes dias é imenso. Continuaremos ...
o sonho é o que temos de realmente nosso (Fernando Pessoa)