Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.
Abril quase podia resumir-se assim, através da poesia de Sophia.
Abril foi um mês duro, com ruínas e morte.
Em abril reaprendemos nos sentidos e na pele, palavras como silêncio, recolhimento, dor, saudade, distância, confinamento. E vírus. Todos os dias a palavra vírus.
Mas também reaprendemos liberdade, solidariedade, força, união, amor.
Chegados aqui, reaprendemos a acreditar com renascida exaltação.
Oxalá as nossas mãos não fiquem vazias de esperança e de futuro.
Oxalá as palavras não se gastem.
Oxalá continuemos a exprimir-nos na língua que é o nosso ponto de encontro, lugar onde nos acertamos. E que nos oferece também a palavra coragem.
O que nos une nestes dias é imenso.
E hoje, aqui estamos, a tentar reiniciar a vida, muito a medo, com a sensação de que o problema não está resolvido e que amanhã podemos ser nós os atingidos. E temos que tomar decisões: vamos trabalhar? Deixamos os nossos filhos ir à escola? Deixamos que andem em transportes públicos?
ResponderEliminarOcorre-me Saramago "Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo". Passo a passo, temos de tomar decisões. Com muita precaução, cumprindo todas as regras, mas tentando não ter medo. A verdade é que temos de viver e de nos adaptar ao novo "modelo"... Bjs
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