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a minha irmã...

... é única.  Porque não tenho outra e porque ela não tem igual.  É amiga, honesta, verdadeira, presente.  Ajudou-me a crescer em muitos sentidos.  Vestiu-me, penteou-me, levou-me à escola, à praia. Ofereceu-me todos os livros da Anita da minha infância! Ouvi com ela o "Quando o telefone toca" que ecoava na cozinha à  noite, com as músicas do Roberto Carlos e do Nelson Ned.  Mais tarde ouvi os "ABBA" vezes sem conta.  Sabíamos (sabemos) todas as musicas de cor.   A minha irmã deu-me os meus  sobrinhos que, ainda hoje (já adultos acima dos 35) me comovem quando me dizem carinhosamente: "está bem tia" :) 
A minha irmã é das pessoas mais trabalhadoras que há e das que mais merecem reconhecimento e valorização.  A minha irmã tem mãos e coração abertos em todos os momentos e na sua mesa - que torna farta - há sempre espaço para mais um.  É um lugar onde cabemos todos!

A minha irmã fez 61 anos no mês de setembro e é das melhores pessoas que conheço.   É muito bom ter uma irmã e os meus filhos gostam muito desta tia!  (Ainda bem, que também pude ter dois filhos e fazê-los irmãos).  
Sei que, apesar das diferenças e da distância, estamos juntas e podemos contar uma com a outra.  E isso é algo que não se explica.  Sente-se e comprova-se.  Obrigada mana. 

A minha irmã é esta miúda.  A mesma  miúda da foto tirada há 50 anos, que atualmente é imagem promocional da famosa "Amélia Taquelim Gonçalves", em Lagos:) 


Conhecem-nos os tiques, as fraquezas, os gostos e as sensibilidades; sabem o que quer dizer cada expressão nossa, aquilo que nos faz chorar e os limites da nossa tolerância. Também sabem que podem ultrapassar todos esses limites porque nada acontece, porque não há divórcios de irmãos. Os irmãos não prometem amar-se na saúde e na doença até que a morte os separe. Não precisam: quer prometam quer não, quer queiram quer não, é mesmo assim que vão viver.
Em todas as outras relações é preciso tempo. É preciso guardar tempo e ter tempo para estreitar laços, criar cumplicidades, ganhar confiança ou aprofundar as relações. Mas os irmãos não precisam de tempo. Nós gostamos dos nossos irmãos o mesmo que sempre gostámos apesar do tempo. Nem mais nem menos um bocadinho que seja. Podemos passar anos sem nos falar que não é por isso que as cumplicidades, os laços, a confiança (muita ou pouca) se desvanece. Os irmãos são imunes ao tempo, à distância ou às zangas e isso torna-os à prova de tudo.
Com os irmãos, ao contrário do que acontece com todas as outras pessoas, também não precisamos de falar: basta estar. Se falarmos e rirmos uns com os outros, melhor, é uma espécie de bónus; se discutirmos, melhor ainda: quer dizer que podemos, quer dizer que somos tão irmãos que até podemos discutir violentamente e continuar a ser irmãos. Até ao fim. (Inês Teotónio Pereira

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