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em jeito de balanço...

... soubesse eu escrever assim: 

«Penso muito na minha vida. Penso sempre. Faço balanços. Nada me sobra do que é mau. Criei esta capacidade nos últimos tempos. Nada do que me agride, nada do que me possa fazer chorar, fica guardado. Nesta minha procura de mim, consegui sorrir e seguir em frente. Consegui-o à custa de muita dor. Cada um de nós cresce na tristeza. Eu ganhei uma força que não julgava ter. Se sou inquebrável? Não. Quebro todos os dias. Tenho dúvidas, medos, críticas, avaliações, momentos. Pergunto mil vezes a mim mesma se estou a fazer bem. Se o que devolvo à vida é suficiente perante o que ela me deu. E descubro que a vida só dá a cada um de nós o que conseguimos fazer. O que para muitos são conquistas valiosas, para mim são apenas passos. Passos de um caminho que escolhi (ou que me escolheu). E, por isso, é o meu. Feito de erros. Sei tão bem quando erro. Mas sigo em frente. E talvez seja esse o segredo. Não me demoro no menos. A vida é muito mais.» | cf |


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