Das coisas que espero deixar como ensinamento para os meus filhos, há uma que gostaria que (também) sentissem como importante: viajar é olhar.
Sophia de Mello Breyner educou os filhos a sentir esta obrigatoriedade de olhar quando se viaja. E transmitiu a Miguel: "Vemos tanto mais quanto a nossa disponibilidade de ver: viajamos para dentro de nós, primeiro que tudo."
É isto que encontramos em certos locais, como Sevilha. O prazer de uma espécie de viagem interior. Uma Sevilha (revisitada) que nos permite olhar para dentro de nós. Olhar as luzes e as sombras que nos habitam.
Há um certo conforto quente que se sente ao chegar ali. Há um buscar de paladares e cheiros que nos saciam e que penetram em primeiro lugar o olhar. Há um deslumbramento nos movimentos, na música que emana das ruas e que parece sempre ter cambiantes vermelhas ou ocres. Há instantes mágicos nas madrugadas e sensualidade no roçar das buganvílias e sardinheiras nas paredes. Há policromia abundante, há liberdade, há passado e há futuro. Um futuro imprevisivel, mas feliz.
Quando visitamos Sevilha confirmamos que há um verão que merece ser vivido: a viajar e a olhar (para dentro de nós, primeiro que tudo).
Também tenho aprendido a viajar, sempre contigo. É assim que vou igualmente crescendo.
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