Avançar para o conteúdo principal

fragmentos da banda sonora da vida...

Os dias têm sido feitos de emoções contraditórias.

O trabalho com pessoas em situações difíceis... que fazemos por ajudar.
Os filhos a alterarem os seus paradigmas.  E nós forçados a mudar os nossos.
O regresso do frio e a falta de sol.  O tempo que passa e não dá tréguas. 
As pequenas aflições do quotidiano. Aqueles momentos de sentidos (e sentimentos) imensamente despertos.  
Os instantes, às vezes dolorosos, que não vêm até nós por acaso.
Depois, também há coisas (aparentemente) sem importância que nos reconciliam com a vida. Uma boa conversa. Um copo de vinho ao final da tarde.  Ir para a cama sem despertador.  A aula de zumba.  Rirmos sem sentido aparente.  O aroma do chá acabado de fazer. Uma música que apetece cantar. Uma declaração de amor.  Andar (ainda) de mão dada na rua. Um verdadeiro e prolongado abraço. 

Nestes dias, esta podia ser parte da lista dos meus desejos:  Agirmos como se fôssemos todos uma grande família em que não se compete pela sobrevivência e onde todos têm as necessidades básicas garantidas. Ter tempo. Resistir ao ruído permanente. 
Imaginar, viajando, existindo. 
Às vezes é apenas isso. Andamos em círculos, em círculos, em círculos, à procura, e está tudo aqui. 


Comentários

Mensagens populares deste blogue

sete mil milhões de outros...

Há coisas em que realmente acredito.  Uma delas é que o ódio e a intolerância são "doenças contagiosas" e que só conduzem ao sofrimento.  Acredito que nos tornámos muito moralistas mas que, no nosso quotidiano, demonstramos poucas virtudes.  Acredito que não devemos preocupar-nos com o género ou a cor da pele ou com a forma como os outros vivem a sua felicidade. Acredito que o que interessa é saber como é que as pessoas se ajudam umas às outras caso se sintam aflitas. Acredito que há sete mil milhões de outros, com os mesmos anseios, as mesmas emoções e os mesmos direitos.  Acredito que respeito e tolerância são a resposta para muitos dos problemas que hoje sentimos. Procuramos transmitir estes pensamentos e atitudes aos nossos filhos.  Creio que estamos a conseguir.  Há uns meses, quando fomos a Lisboa visitar esta exposição, passámos um dos melhores dias dos últimos meses. Em família.  E a aprender que é preciso relativizar os nossos peque...

sete mil milhões de outros...

Fui à procura do texto abaixo que escrevi há mais de um ano. Hoje, continuo a acreditar em cada uma destas palavras. Hoje, mais do que meras palavras, a nossa experiência também fala. O que é realmente importante? Gostar dos outros e respeitá-los; gostar que gostem de nós e que nos respeitem. Há coisas em que realmente acredito. Uma delas é que o ódio e a intolerância são "doenças contagiosas" e que só conduzem ao sofrimento. Acredito que nos tornámos muito moralistas mas que, no nosso quotidiano, demonstramos poucas virtudes. Acredito que não devemos preocupar-nos com o género ou a cor da pele ou com a forma como os outros vivem a sua felicidade. Acredito que o que interessa é saber como é que as pessoas se ajudam umas às outras caso se sintam aflitas. Acredito que há sete mil milhões de outros, com os mesmos anseios, as mesmas emoções e os mesmos direitos. Acredito que respeito e tolerância são a resposta para muitos dos problemas que hoje sentimos. Procuramos ...

destes dias....

Chegámos mais a sul há uma semana.  Já aconteceram tantas coisas.  Algumas muito boas, outras assim assim. Mudar implica inúmeras acções... e sobretudo muito querer e trabalho.  Hoje regressámos a Alvito e vamos, finalmente, deixar esta casa com eco.  Vazia de pessoas e objectos, mas com muitas memórias.  De risos e choros.  De conquistas e desalentos. De silêncios e de gritos.  De vida intensamente saboreada e, por vezes, também rasgada. O regresso aqui faz-nos confirmar que queremos voltar mais a sul amanhã.  E assim vamos.  Já chegámos.  Mas ainda temos tanto caminho à nossa frente!