No dia 13 de março vim para casa às 16h00.
Sentimos que as coisas estavam a ficar diferentes. Depois de, alguns dias antes, termos ficado a saber que havia duas pessoas infetadas em Portimão (as primeiras no Algarve), soubemos naquele dia que já havia mais três. E uma delas não era da família das primeiras. Teríamos de nos recolher.
Ainda assim, saí da Câmara a pensar que poderia voltar na segunda-feira. Mas não, o maldito vírus tinha chegado em força. E o facto de ter começado na comunidade escolar, causou medo e o consequente alarmismo. Natural. Também eu, logo no dia 11 de março, disse ao Luís que já não queria que o Duarte fosse à escola, apesar dos casos não terem sido na escola dele. Mas os miúdos andam juntos em muitos contextos e esta cidade não é assim tão grande...
Percebi que a campanha de sensibilização e recomendações na qual tínhamos trabalhado, não seria suficiente. E que já não voltaria tão depressa ao coração da cidade.
Desde então tem sido um mês insano. A área na qual iniciei funções no principio de fevereiro (a recomeçar outra vez) mudou-se, literalmente, para casa. Tudo inesperado e repentino. Surreal. Agora que estava a aprender coisas novas, agora que iria desenvolver tantas atividades giras...
A partir de casa tem sido "non stop". Muito para fazer, pois comunicar é preciso. Desafiante este "estágio" em tempos de pandemia!
A Inês veio no dia 17 de março e por isso há muito que somos quatro.
A partilhar tudo e, em particular, a usar os computadores e os seus benditos Teams, Skypes, Zooms...
A partilhar tudo e, em particular, a usar os computadores e os seus benditos Teams, Skypes, Zooms...
Adaptação é o lema! Às vezes é duro. E dá para zangas sobre utilizações e escalas horárias.
Também dá para confirmar que eles têm 12 anos de diferença e que eu sou menos paciente do que devia, talvez...
Confinados. Um mês de desinfeções, arejamentos, limpezas! Compras, comidas, comidas e compras. Além do teletrabalho, os trabalhos deles. E criar momentos de comunhão e cenas afins. Música, desenhos, leitura, culinária, jogos. A Inês - honra lhe seja feita- tem tido a paciência de entreter o irmão muitas vezes.
Temos vivido um mês de momentos intensos. Até aniversários.
Percebo que estamos a ficar cansados. Contudo, acho que é a partir de agora que vamos ter de fazer valer a resistência de cada um.
Temos falta dos olhares e abraços dos nossos. Logo este ano que tínhamos tantos planos em família!
Ninguém diga que é fácil. Mas se calhar tem de ser assim. Para renascermos melhores.
Um mês é muito tempo. Mas estamos mais perto do que ontem. Cairemos? Voaremos?
Estamos sempre mais perto do que ontem, sim. Resilientes, mas já com alguns momentos de desespero... Fiquem todos bem!
ResponderEliminarHavemos de chegar. Obrigada Susana. 💚 Cuidem-se. ❣️
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