Saí de casa antes das sete e um quarto e fui caminhar junto ao rio. Andei durante 45 minutos sem parar e voltei às oito em ponto, já com calor. O Luís foi trabalhar e saiu a pé, logo depois de eu ter chegado. O rio é lindo de manhãzinha e até a alma fica limpa de coisas mais impuras. Fez-me bem caminhar. Ao corpo e à cabeça. Ando com alguns pensamentos que me deixam um bocadinho nervosa. Mas vou mais dentro de mim, onde estão aquelas forças adormecidas, e reajo. Tem de correr bem.
O resto da casa ainda dorme. O Duarte é a primeira vez que vai acordar depois das nove nestes dias mais a sul. Acho que está a começar a curtir a cama nova! A Inês, que faz todos os dias oito horas de trabalho quase seguidas (apenas com uma pausa de meia hora para jantar), chega a casa depois da meia noite e meia e só acorda lá para o meio dia. Vida (muito) nova!
Ainda não são nove e meia e já tenho o almoço quase preparado. Agora sempre refeições mais frescas e menos pesadas. Daqui de onde escrevo vê-se o rio e a ponte sobre o Arade lá ao fundo. Estou a gostar desta zona ribeirinha e mais antiga, onde há tantas vidas diferentes. As cidades (também) são mágicas.
Falta-me uma meia dúzia de folhas do livro do Miguel Sousa Tavares...: " (...) Acredito, pelo que aprendi experimentando, que viver é largar e seguir em frente. Mesmo que em frente esteja apenas o incerto, o desconhecido, o não vivido. Aprendi também que vemos o que vemos, o que queremos ver e o que ninguém mais enxerga. Vemos tanto mais quanto a nossa disponibilidade de ver: viajamos para dentro de nós, primeiro que tudo. "
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