Depois de Tomar rumámos a Braga. Tinha de ser.
Há vários anos que não subíamos para lá do Porto. Braga pareceu-nos uma cidade grande mas acolhedora. Pelo menos foi a ideia com que ficámos na única vez que lá pernoitámos, há uns 12 anos.
Revisitar o norte para uma pessoa do sul é sempre descobrir aquilo que nos distingue.
O dia estava bom e logo que chegámos, por volta da hora do almoço, fomos à Brasileira.
Na esplanada, percebemos de imediato que estávamos numa cidade moderna e cosmopolita. Pessoas bem vestidas, aprumadas e arrumadas à maneira do norte. Uma maneira que é diferente disto de se ser "mouro" :)
Percebemos também logo a diversidade de idades, coloridos e sotaques.
Entretanto, o Vila Galé Collection Braga estava à nossa espera. Fomos conhecer esta unidade hoteleira, instalada no antigo Hospital de São Marcos, um imóvel de interesse público, datado de 1508 e edificado no local onde existia uma ermida dedicada a São Marcos, uma albergaria e um convento templário.
Em boa hora intervencionado e reabilitado, convertido em espaço que cura agora mais as almas do que os corpos...
Foi aqui que ficámos quatro noites. Tem piscinas (a interior também gratuita) e espaços ajardinados e amplos. Escolhemos o regime de meia-pensão (algo raríssimo) e confirmámos como é possível comer bem num Hotel. Uma Carta excelente, com os pratos de carne e bacalhau a merecerem o maior destaque. Os vinhos produzidos na herdade alentejana do Grupo Vila Galé, em Beja, são uma ótima oferta que acompanha aquela cozinha, do norte e do mundo, com os taninos do Versátil.
Dos passeios que fizemos, destaco o Bom Jesus do Monte. Maravilhosa obra do barroco, classificado pela UNESCO como Património Mundial, é um local mágico e onde apetece ficar em contemplação.
Também a imponente Sé, a mais antiga catedral do país, tem atributos artísticos que, só por si, poderiam conferir a Braga o título de cidade dos Arcebispos.
E depois há as avenidas. E os palácios restaurados e que podem ser fruídos. Um bom exemplo de casa-apalaçada é a Casa Rolão. Ali entrámos de imediato, curiosos pelo nome, pois o Luís e os nossos filhos têm como um dos apelidos Rolão, justamente.
A Casa Rolão apresenta um belíssimo espaço de livraria, dispõe de um restaurante, com preços simpáticos e ementa moderna e alternativa, um jardim onde se pode tomar um café e uma loja com muitos objetos interessantes e a bom preço (foi de lá que trouxemos os nossos presentes bracarenses). Realizam-se ali, amiúde, encontros literários e musicais.
Esta Casa é um bom exemplo da tradição aliada à modernidade e à possibilidade de fruição.
É também uma capital de distrito que parece lutar contra o ruído, pois os automóveis e autocarros circulam principalmente fora do centro. É uma cidade inclusiva, virada para as pessoas, com avenidas largas e ajardinadas e uma profusão de flores e gente, de todas as idades, a passear-se.
De como fiquei com a ideia que Braga tem qualidade de vida, também posso referir que oferece oito percursos pedestres. Percorremos um, com cerca de 10 kms, que vai do centro histórico à Universidade do Minho.
Outros indicadores curiosos: o Duarte cortou o cabelo por 8 euros numa rua mesmo ao lado do Café "A Brasileira", no centro da cidade, e almoçámos duas vezes num outro Café antigo, o Astória, com saborosos menus (completos) a 6, 5 euros!
Para além das leituras ao pé da piscina (e do Duarte ter conhecido a Maria com quem se divertiu, diariamente, no escorrega da piscina dos miúdos) o melhor de tudo (o mais cansativo também) foram os degraus do Bom Jesus que demonstram bem que Deus Quer, o Homem Sonha, a Obra Nasce. E nós conseguimos!
Passámos a última noite a deambular pela cidade. Depois, dormimos (como sempre ali aconteceu) com muita tranquilidade, pelas condições do alojamento e em particular pela ausência de ruído.
Braga, cidade eleita como o segundo melhor destino europeu de 2019 (a seguir a Budapeste), revela-se merecedora da distinção, pois é uma cidade brilhante, encantadora e cheia de vida.
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