Tantos dias aqui. As duas. E noites. E outra vez dias. Mais de setenta. Isto de estarmos juntas, obrigatoriamente juntas, tem sido complicado. Já há uns anos que não acontecia assim. Agora é acordar no quarto ao lado uma da outra, pisar o mesmo chão, respirar o mesmo ar, literalmente. São almoços, jantares, ceias. Sofá, mesa, cadeira, computador, varanda. E outra vez computador. Tudo partilhado. Diariamente. Stresses e trabalhos. Diariamente. A manhãs que são outros dias... iguais. E depois somos nós. Mais a nossa personalidade forte! A normalidade tarda a regressar. E os quatro aqui a ser tudo uns para os outros. Como sempre temos sido. Mas mais. Com mais intensidade, com mais ansiedade, com mais verdade, ainda. A aprender na dor. Aos poucos, voltamos à esperança e ao futuro. Pelo carinho. Então, lembro um escrito (que quero que tamb...
o sonho é o que temos de realmente nosso (Fernando Pessoa)